quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Leituras cinematográficas

Olá galera. Hoje disponibilizo alguns links de filmes (entre longas e curtas, ficcionais e docs) que ajudam a refletir sobre linguagem, interação, leitura e escrita. Boas sessões!

Filme nacional: Narradores de Javé

Doc. estrangeiro: Leitura proibida, Censura, Livros e liberdade de expressão)

Curta estrangeiro (a invenção da prensa, tecnologia da escrita)

Filme estrangeiro: Fahrenheit 451

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Linguagem e interação (ainda sobre o 1º encontro)

Para exemplificar melhor a terceira concepção de linguagem, aquela chamada interacionista ou sociodiscursiva, vamos assistir a um curta metragem que demonstra que a interação entre dois sujeitos envolve o conhecimento de outros domínios, além daqueles meramente linguísticos.


Neste curta, intitulado "SIGNS", tradução = sinais, podemos ver que ocorre uma aproximação entre duas pessoas, o início de um relacionamento amoroso parece indicar, onde os dois personagens se encontram distantes em espaço, mas que utilizam-se de pequenos enunciados para se aproximar, aliás, mais do que isso, para interagirem. Contudo, eles não precisam dizer muito um para o outro, eles não fazem grandes textos para se conhecerem, brincarem, fazerem companhia e até combinar para se encontrarem pessoalmente. Isso acontece porque eles utilizam uma linguagem que ambos compreendem, além de que as intenções e os temperamentos de ambos favorecem a economia de palavras. Bom, eles falam o mesmo idioma, o inglês, e utilizam-se de uma linguagem verbal com palavras, abreviações e sinais de pontuação. Mas, não é só isso. Eles também podem se ver e utilizam outra linguagem para que aconteça essa interação - a linguagem das expressões faciais e dos gestos. Podemos perceber em alguns momentos que eles também utilizam símbolos conhecidos universalmente, como carinhas, parecidas com aquelas dos "emoticons" do Messenger, jogos da velha etc.

Como ambos parecem conhecer todas essas linguagens, a comunicação flui naturalmente e isso faz com que o texto que produzam seja sociodiscursivo. Discursivo, porque vem de "discurso", quer dizer, "dizer em curso", como o processo de construção textual que está sempre em movimento. E social, porque utilizam linguagens que mais de um indivíduo conhece, ou seja, que são socialmente partilhadas (Ex.: o idioma Inglês que é falado por milhões de pessoas). Além disso, os dois são trabalhadores de um ambiente em comum, o empresarial, onde a pressa e a facilitação da linguagem tornam-se necessários no dia-a-dia, portanto, partilham do mesmo conhecimento de mundo, pelo menos o do profissional. Enfim, outras coisas auxiliam essa interação entre os dois também.

Bom, esse exercício de leitura expõe como um texto é complexo e envolve diversos elementos, além dos propriamente textuais, a exemplo das condições sócio-históricas dos falantes envolvidos. Da mesma forma, devemos pensar a leitura e a produção textual. Quando lemos, temos que prestar atenção em outros elementos, além das palavras, dos sinais de pontuação, dos parágrafos etc. Devemos fazer diversas perguntas do tipo "para quem é destinado esse texto?", "com que finalidade?", "quando foi escrito?", "em que contexto?", "quais são as ideias principais?", "como ele está escrito?", "que linguagens utiliza?". Assim, também, deve ser com a produção textual, isto é, quando nos colocamos do outro lado do discurso. Temos que pensar no outro que irá ler o texto e buscar interagir ao máximo com ele(a). Outras perguntas, antes mesmo de encostar a caneta no papel e de teclar, devem ser feitas, para que as respostas nos orientem pelo caminho mais adequado. Essas perguntas podem ser do tipo "para quê vou escrever?", "para quem escreverei?", "o que o outro já conhece sobre o que vou falar?", "que tipo de texto e de linguagem devo utilizar para esta situação?". Enfim, esta breve reflexão é apenas uma forma de iniciar essa nossa viagem. Valeu!


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

1º Encontro - Concepções de língua e de linguagem

Nem sempre a língua e a linguagem foram vistas da mesma forma pelas sociedades. Para alguns, a linguagem deveria apenas traduzir ou expressar um pensamento; para outros, a linguagem servia como um sistema linguístico estruturalmente codificado, cuja comunicação de mensagens se daria num caminho que partia de um emissor a um receptor (instrumento de comunicação) e, para muitos outros, a linguagem é um processo de interação entre sujeitos sócio-historicamente marcados.


Linguagem enquanto expressão do pensamento




Linguagem como sistema estruturalista de transmissão de mensagens (instrumento de comunicação)


Linguagem enquanto interação verbal (enunciação, discurso)

Na terceira concepção de linguagem, a da interação verbal, existe o sistema linguístico com suas estruturas, mas de forma flexível, que se modifica de acordo com o uso dos usuários da língua. Na leitura e na escrita, o texto é construído em interação com o outro, num jogo de troca e de produção de sentidos entre dois sujeitos, que possuem, cada um, a sua bagagem de leitura de mundo e suas experiências dentro da sociedade. Nesse caso, não há um receptor passivo e nem um emissor soberano que constrói uma mensagem completamente nova, mas há troca, diálogo e interação com o que é dito (ou escrito), com o que já foi dito (ou escrito) e com o que será dito (ou escrito).


Referências

ANTUNES, I. C. Aula de Português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico da linguagem. In: LAHUD, Michel et all (Trad.). 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2006.

______. Os gêneros do discurso. In: BEZERRA, P. (Intr. e Trad.); TODOROV, T. (prefácio à edição francesa). Estética da criação verbal. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 261-306.

CHOMSKY, N. Linguística cartesiana: um capítulo da história do pensamento racionalista. In: GUIMARÃES, M. F. (Trad). Petrópolis: Vozes; São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1972.

GERALDI, J. W. (Org.) O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1997.

JAKOBSON, R. Linguística e comunicação. In: Blikstein I.; Paes, J. P. (Trad). São Paulo, Cultrix, 1969.

KOCH, I. G. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.

MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

SAUSSURE, F. de. Curso de Linguística Geral. In: BALLY, C.; SECHEHAYE, A. (Org.); RIEDLINGER, A. (Colab.); SALUM, I. N. (Prefácio); CHELINI, A.; PAES, J. P.; Blikstein I. (Trad.). 27. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.

TRAVAGLIA, L. C. Concepções de linguagem. In:______. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 1996.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Iniciando os trabalhos!

Linguagem e representação - palavra e coisa

Vamos pensar nessas coisas? Ops! Nessas palavras?

Quadro "A traição das imagens", pintado em 1929 pelo belga René Magritte, um dos representantes do Surrealismo.

Reflexão:

"É preciso, portanto, admitir entre a figura e o texto toda uma série de cruzamentos: ou, antes, de um ao outro, ataques lançados, flechas atiradas contra o alvo adverso, trabalhos que solapam e destroem, golpes de lança e feridas, uma batalha. Por exemplo: "isto" (este desenho que vocês estão vendo, cuja forma sem dúvida reconhecem e do qual acabo de desatar os liames caligráficos) "não é"(não é substancialmente ligado a..., não é constituído por...., não recobre a mesma matéria que...) "um cachimbo" (quer dizer, essa palavra pertencente à sua linguagem, feita de sonoridades que você pode pronunciar e cujas letras que você lê neste momento traduzem)." (FOUCAULT, 1988, p. 29)



Conteúdo e cronograma

*Obs: O último encontro será no dia 02/04/2015 (desconsiderar o da imagem acima).