terça-feira, 24 de março de 2015

5º Encontro - Fatores e critérios de textualidade: Cotextualidade (coesão e coerência)

Voltando, vamos relembrar o que vimos no nosso 5º encontro. Falamos de texto e de textualidade, sempre retomando aquela concepção discursiva ou sociointeracionista da linguagem. Portanto, texto pode ser o verbal escrito ou oral, mas, também, pode ser o imagético, o audiovisual ou de outra linguagem existente por aí. No contexto da linguagem verbal, a textualidade se sustenta sob alguns critérios básicos que são o 'cotexto' e o 'contexto'. Nesse momento, prestemos mais atenção à cotextualidade, que se forma a partir da 'coesão' e da 'coerência'. Vejamos um quadro ilustrativo para entender um pouco mais a estrutura da textualidade e seus critérios:


Então, a cotextualidade seria o conjunto de elementos internos ao texto que organizam e sustentam as ideias de acordo com o gênero e o tipo textual selecionado pelo autor. Já a contextualidade, que veremos no próximo encontro, seria o conjunto de elementos situacionais ou contextuais do texto, o que não quer dizer que se encontra fora do texto.

Vejamos um pouco sobre a coesão:

Segundo Irandé Antunes (2005, p. 47), uma estudiosa do assunto, a coesão seria a "(...) propriedade pela qual se cria e se sinaliza toda espécie de ligação, de laço, que dá ao texto unidade de sentido ou unidade temática." Ou seja, trata-se de elementos linguísticos que ajudam a unir as ideias e as partes do texto, a exemplo dos parágrafos, dos períodos e das frases. Esses elementos coesivos se subdividem em dois grandes blocos que são as 'coesões referenciais' e as 'coesões sequenciais'.
Vejamos alguns exemplos de coesão referencial de substituição (anáforas e catáforas):

Ex.1.: Serra perdeu a eleição. Mas ele irá se candidatar na próxima.
(o pronome "ele" retoma o substantivo próprio "Serra" mencionado no período anterior, por isso, é considerado um termo anafórico esse pronome).

Ex.2.: Vou te dar um presente no fim do ano minha filha: uma linda bicicleta.
(o artigo e o substantivo "um presente" estão antecipando o que será mencionado na frase final "uma linda bicicleta", por isso, "um presente" é catafórico).

Agora, alguns exemplos de coesões sequenciais, como os termos conectivos:

Ex.3.: A proposta era muito boa. Ele não poderia dispensar. Contudo, Manoel não aceitou.
(a conjunção "contudo" expressa uma contradição, segundo a lógica apresentada pelas orações anteriores. Esse termo faz a conexão das ideias, mesmo que contrárias).

Ex.4.: Esse menino se aplicou bastante esse ano. Seu desempenho foi bem melhor do que o do ano passado.
(o termo formado pela preposição e o pronome "do que" expressam uma comparação entre as ideias e os períodos).

Opa! Legal! Agora, vamos falar sobre a coerência:

Novamente, segundo Antunes (2005, p. 35-36, grifo do autor), a coerência trata-se de "(...) encadeamento de sentido, a convergência conceitual, aquela que confere ao texto interpretabilidade - local de global e lhe dá a unidade de sentido que está subjacente à combinação linear e superficial dos elementos presentes ou pressupostos. A coerência vai além do elemento propriamente linguístico da comunicação verbal, [...] decorre não só dos traços linguísticos do texto, mas também de outros elementos constituintes da situação comunicativa."

Isso quer dizer que a coerência está mais no nível semântico, no nível dos sentidos que os elementos coesivos ajudam a unir para construir o todo do texto. Dessa forma, a cotextualidade funciona junto e não de forma separada, pois a coesão precisa ter coerência e a coerência precisa da coesão, sempre.

Vejamos um exemplo numa cena do filme Duro aprendizado, na qual a personagem que lê o texto do seu colega faz um comentário acerca da importância da coerência para as ideias do texto fazerem sentido no momento da leitura.


Para haver interação entre autor e leitor, a partir e por meio do texto, é preciso que esteja bem coeso e coerente.

Fiquemos com o exemplo de texto coerente de Sônia Gabriel, intitulado Observadores, que lemos e discutimos no encontro.


Referências:

ANTUNES, I. Lutar com as palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.

MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008

ORLANDI, E. P. Discurso e leitura. São Paulo: Cortez; Campinas-SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1993.



quarta-feira, 18 de março de 2015

Links de textos cinematográficos baseados em obras literárias

Olá! Uma das coisas que temos discutido bastante nos nossos encontros são as leituras que muitos artistas, sobretudo cineastas, fazem de obras literárias para criarem novos textos (filmes). Muita gente gosta de discutir questões de fidelidade do filme ao texto escrito, mas, sinceramente, considero isso uma perda de tempo. O legal é fazermos leituras comparativas sim, mas sem esquecer de que se tratam de duas ou mais obras diferentes com as suas devidas peculiaridades (o que é do texto escrito e o que é do texto audiovisual). O debate é enriquecido quando pensamos nas diferenças entre as obras, e não, se uma depende da outra, se é cópia ou coisa parecida. Então, como sugestão para um cinema de qualidade e para fazermos novas leituras, estou colocando alguns links de filmes disponíveis na internet que foram adaptados de obras literárias brasileiras, ou só baseados nelas. Somente lembrando que o filme não substitui o livro e vice-versa.

Filme: Capitães da areia (baseado no romance homônimo de Jorge Amado)

Filme: A hora da estrela (baseado no romance homônimo de Clarice Lispector)

Filme: Brás Cubas (baseado no romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis)

Filme: A Hora e a Vez de Augusto Matraga (baseado no conto homônimo, que está contido no livro de contos Sagarana, de João Guimarães Rosa)

Filme: Vidas Secas (baseado no romance homônimo de Graciliano Ramos)

Filme: O Guarani (baseado no romance homônimo de José de Alencar)

Filme: Policarpo Quaresma, o herói do Brasil (baseado no romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto)

Bom, por enquanto é só. Numa outra oportunidade disponibilizarei links de filmes baseados em obras literárias estrangeiras e contemporâneas.

Galera, isso não impede de vocês sugerirem também!

domingo, 15 de março de 2015

4º Encontro: revisão de conceitos gramaticais básicos: oração, período, frase, parágrafo, texto

No último encontro, dia 12/03, começamos nossa tarde assistindo a um vídeo/depoimento de uma escritora nigeriana da contemporaneidade, Chimamanda Adichie, intitulado Os perigos de uma história única. Em seu depoimento, a escritora relembra como eram as histórias que lera na infância sobre o seu povo e o seu espaço, sobretudo das histórias de brancos ocidentais sobre os povos da África colonizada, que exibiam uma visão estreita e estereotipada de sua cultura. Essas histórias de seu povo e de seu país, que não eram escritas e contadas por seu povo, acabaram ganhando o mundo e pintando um imaginário estreito na mente das pessoas que desconheciam. A consequência é que o preconceito só aumentou e ajudou a alargar a disparidade entre o que se contava sobre si e o que realmente eram ou, pelo menos, como propriamente se viam.


Lembrando que a escrita é poder, podemos pensar, então, em como todas as historias ditas "oficiais" foram escritas e contadas sobre as culturas diversas no mundo inteiro em variados momentos da humanidade. Será que o que se contou e o que foi escrito é a verdade? Sabemos, desde a nossa primeira reflexão do primeiro encontro, que há uma distância enorme entre as palavras e as coisas e que a palavra é uma representação. Portanto, uma história que se conta e se escreve é um texto construído de acordo com uma visão de um sujeito e de um grupo em um momento específico. Não é a verdade absoluta. Pensemos na história oficial do nosso continente sul-americano. Quanto sangue indígena não foi derramado pelos portugueses que aqui chegaram? Disseram o que quiseram sobre os nativos, que inclusive não eram seres humanos. Assim como fizeram com os povos da África. Não adianta tentar escrever uma história dita autêntica e definitiva, porque sempre será um ponto de vista sobre alguma coisa, que daqui a pouco pode ser modificado, por isso, não há como ser definitiva.


Dando sequência ao nosso conteúdo, revisamos, brevemente, alguns conceitos gramaticais básicos, a exemplo da oração, do período, da frase, do parágrafo e do texto. Sabemos que o texto é constituído de partículas que ajudam a organizar as ideias e que essas partes menores possuem as suas regras básicas de funcionamento. Por isso, utilizamos a metáfora das bonecas russas, as Babushkas, para compreender que dentro de um texto há um componente que guarda um outro dentro de si com a sua devida peculiaridade.


Agora, para fixar de modo rápido, vejamos uma tentativa de definição de cada componente do texto:

TEXTO - Do latim "textum", que significa tecido ou tessitura. Construção de uma interação entre sujeitos por meio de signos verbais ou não.

PARÁGRAFO - Conjunto de ideias organizadas por períodos frásicos e unidos pelas orações.

FRASE - Enunciado linguístico com sentido claro e comunicativo, que não precisa, necessariamente, de verbo. Existem frases verbais e nominais.

PERÍODO - Enunciado linguístico constituído de uma ou mais orações (necessita de verbo). Podem-se encontrar períodos simples (com apenas uma oração) ou períodos compostos (com mais de uma oração).

ORAÇÃO - Enunciado linguístico formado pela presença de verbo.

É claro que nem sempre um texto irá se apresentar de forma bem estruturada e seguindo uma ordem como esta!

Por fim, tivemos o nosso primeiro exercício de produção textual para o trabalho de escrita/leitura/correção/reescrita, que foi a solicitação de um texto, em gênero artigo de opinião, sobre o caso envolvendo o atentado terrorista à Revista de humor francesa Charlie Hebdo.

Segue um link contendo um breve resumo acerca do gênero artigo de opinião e outro com uma reportagem sobre o caso Charlie Hebdo.

http://www.lendo.org/como-fazer-um-artigo-de-opiniao/


Galera, só lembrando que, assim como as histórias únicas, as notícias únicas também são perigosas, por isso, pesquisem e comparem sempre! Leitura crítica e reflexiva sobre os textos!!!


quarta-feira, 11 de março de 2015

3º Encontro - Concepções e tipos de gramática

No último encontro, dia 10/03, começamos a tarde com artes plásticas e literatura. Primeiro, fizemos uma leitura visual da ilustração Picasso e Dalí pintando um ovo, que possibilitou discutir questões de perspectivas distintas sobre o mesmo objeto lido.


Em seguida, fizemos a leitura do conto, intitulado 'O conformista incorrigível: a sociedade mentalmente sadia do grande Fromm', do escritor Rubem Fonseca, publicado no seu livro Os prisioneiros. Foi, também, o nosso primeiro momento de exercitar a produção textual, apenas com anotações de partes que chamaram a atenção no texto de forma livre.



Após um momento de leitura individual e silenciosa, fizemos uma leitura dramatizada, distribuindo os papeis dos personagens para alguns oficinandos. Com relação à leitura oral e à interpretação de cada um, discutimos alguns elementos que podem prejudicar a compreensão do texto como a pressa para ler, que acaba fazendo ignorar pontuações e pronunciar palavras de forma equivocada. E, em consequência, pode prejudicar a compreensão dos sentidos do texto. Com relação ao conto mesmo, discutimos elementos centrais como a ironia do narrador e dos personagens com relação ao que pregavam e ao que acreditavam, sobretudo, acerca dos ideais de correção do conformismo, baseados na teoria de Erich Fromm e Norman Mailer. Além disso, propusemos a discussão dessas questões no contexto ao qual estamos inseridos atualmente. Ou seja, perguntas do tipo: "somos conformistas também?" Foi importante a visão de cada um sobre a leitura do conto, assim como, também, a relação com a experiência de vida de cada um para a discussão socializada. Cada um contribuiu com a produção de sentidos daquele texto.




Já sobre as concepções e tipos de gramática, observamos que existem diversas "ideias" com o nome de 'gramática' e discutimos algumas que podem nos auxiliar na produção de textos. Se estamos caminhando com a noção de linguagem, leitura e escrita como interação verbal, então, temos que deixar um pouco a 'gramática normativa' de lado, que muito exclui e pouco acrescenta, e buscar o auxílio da 'gramática reflexiva', aquela que sugere diversas questões antes, durante e após a produção textual, além de basear-se numa situação comunicativa concreta para tal.
Com isso, lembremos sempre das atividades 'linguísticas' e 'epilinguísticas', as quais sugerem que pratiquemos a escrita pensando no como escrever, para quem escrever, com que linguagem, em que gênero, com que finalidade, além de permitir que façamos revisões e correções constantes.
Sigamos em frente!

Referências:

ANTUNES, M. I. C. M. Muito além da gramática: por um ensino de gramática sem pedra no caminho. São Paulo: Editora Parábola, 2007.

BAGNO, M. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. 49. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2007.

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico da linguagem. In: LAHUD, Michel et all (Trad.). 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2006.

GERALDI, João Wanderley. Unidades básicas do ensino de português. In:______. O texto em sala de aula. São Paulo: Ática, 1997. p. 59-79.


TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 1998.

terça-feira, 10 de março de 2015

2º Encontro - Concepções de escrita

Continuando nossa fixação de conceitos e concepções de leitura e de escrita que discutimos no segundo encontro, vamos relembrar alguns elementos que interferiram, e continuam interferindo, nas diversas concepções e práticas de escrita que foi possível termos ao longo do desenvolvimento das sociedades.

Antes, contudo, é bom fixar os dois elementos que foram preponderantes para o surgimento da escrita: a utilidade prática e o poder. Segundo Calvet (2011, p. 122),

"(1) Qualquer que seja seu lugar de nascimento, a escrita foi "inventada" por necessidades práticas (fazer contas, redigir contratos, leis) e não por necessidades literárias: numerosas sociedades tiveram durante muito tempo somente uma escrita limitada a esses domínios e uma literatura oral.
(2) Por conta dessa origem, mas também por conta da evolução das sociedades, a escrita foi inicialmente propriedade das classes sociais que estavam no poder."


Não devemos esquecer, também, que as mudanças de tecnologias e do suporte de escrita, ou seja, da pedra para o papiro, do livro para o computador, celulares, tablet's etc, modificam e muito a relação do sujeito produtor de textos com os sentidos do que escreve. Envolve mais do que a mudança de objetos físicos, mas toda uma mentalidade de como se dá o ato de escrever.


Novamente, assim como foram com as concepções de leitura e de linguagem, a prática de escrita, também, pode ser compreendida sob três concepções básicas. Vejamos:

1ª Concepção de escrita (reflexo): impressão mecânica do pensamento subjetivo; instrumento que expressa o que se passa na mente dos indivíduos.

2ª Concepção de escrita (codificação): ato de codificação de elementos linguísticos com sons e grafias para transmissão de mensagens abstratas.

3ª Concepção de escrita (produção de sentidos/enunciação): produção de textos interativos com outros sujeitos por meio de uma linguagem em comum; não é expressão do pensamento e nem comunicação abstrata, mas prática de interação verbal.

Com a terceira concepção de escrita, o texto é produzido com uma finalidade e um interlocutor (um leitor) prévios, além de uma situação concreta. No exemplo da linguagem publicitária, os leitores serão, na maioria, consumidores, por isso, a finalidade é convencê-los à comprar seus produtos. Em boa parte, esse tipo de texto chega a ser apelativo, como se puxasse o leitor para uma conversa íntima e dissesse: "você precisa disso, tem que comprar!"
Eis alguns exemplos. Muitos inclusive utilizando-se bastante do humor e da ironia.






Por isso, devemos ler e escrever tentando ser menos ingênuos, cada vez mais!

* As referências são as mesmas da postagem anterior sobre o 2º Encontro.

sexta-feira, 6 de março de 2015

2º Encontro - Concepções de leitura

Assim como foi a nossa discussão em torno da linguagem e de suas 3 concepções básicas (como expressão do pensamento; como instrumento de comunicação estruturalista e como interação sociodiscursiva), também discutimos, ontem (dia 05/03), sobre os diversos tipos e concepções de leitura e de escrita. Nem sempre ler e escrever foram vistos e praticados da mesma maneira nas diversas sociedades e nas mais variadas situações. Portanto, com a finalidade de fixar um pouco essas concepções, vamos relembrar:

Tipos e formas de práticas de leitura:

Leitura oral - de memorização (comum nas sociedades da Antiguidade, de parte da Idade Média e nas ágrafas (que ainda existem algumas atualmente))


Leitura passiva de acompanhamento (encontro com a "verdade" universal - sagrada) - (comum nos monastérios medievais, pressupõe a hierarquia leitor autorizado > leitores que passam os olhos e memorizam)


Leitura de reflexo (encontro com a "verdade" subjetiva (local)) - (época do individualismo burguês e do realismo nas representações)


Leitura de entretenimento (de imaginação) - (encontro com as "mentiras" universais e locais; considerada por muitos não utilitária, leitura que não adquire conhecimento, mas será que é isso mesmo?)


Leitura de conhecimento (reflexão) - (leitura desconfiada, que se exige mais do que o que se encontra no texto)


Se basearmos a leitura nas 3 concepções básicas de linguagem teremos:

1 - Leitura de reflexo (passiva) - busca da intenção do autor; ignora a bagagem cultural do leitor e os elementos sócio-históricos envolvidos no ato de produção do texto e no próprio ato de leitura.

2 - Leitura de decodificação - também passiva; necessita domínio das regras e funções dos elementos linguísticos para a decodificação da mensagem no ato de comunicação.

3 - Leitura de produção de sentidos (dialógica) - ativa e interativa; envolve um diálogo do leitor com o autor através do texto, que produz sentidos; aqui importa o autor, o texto, o fora-do-texto e a própria leitura.


“A leitura vai, portanto, além do texto (seja ele qual for) e começa antes do contato com ele. O leitor assume um papel atuante, deixa de ser mero decodificador ou receptor passivo. E o contexto geral em que ele atua, as pessoas com quem convive passam a ter influência apreciável em seu desempenho na leitura. Isso porque o dar sentido a um texto implica sempre levar em conta a situação desse texto e de seu leitor. E a noção de texto aqui também é ampliada, não mais fica restrita ao que está escrito, mas abre-se para englobar diferentes linguagens.” (MARTINS, 1994, p. 32-33; grifo da autora);


Na próxima postagem, relembraremos um pouco das concepções de escrita!

REFERÊNCIAS:

ANTUNES, I. C. Aula de Português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.

CALVET, L. Tradição oral & tradição escrita. In: NETTO, W. F.; VIEIRA, M. de F. (Trad.). São Paulo: Parábola Editorial, 2011.

FISCHER, S. R. História da leitura. In: FREIRE, C. (Trad.). São Paulo: Editora UNESP, 2006.

GOULEMOT, J. M. Da leitura como produção de sentidos. In: CHARTIER, R. (Dir.); NASCIMENTO, C. (Trad.); PÉCORA, A. (Intr.). Práticas de Leitura. 2.ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2001. p.107-116.

HIGOUNET, C. História concisa da escrita. In: MARCIONILIO, M. (Trad.). São Paulo: Parábola Editorial, 2003.

KOCH, I. G. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002

MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

MARTINS, M. H. O que é leitura. 19. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

ORLANDI, E. P. Discurso e leitura. São Paulo: Cortez; Campinas-SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1993.

SANT’ANNA, A. R. Lendo o Brasil (Central do Brasil, o filme). In:______. Ler o mundo. São Paulo: Global, 2011.

TRAVAGLIA, L. C. Concepções de linguagem. In:______. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 1996.

Imagens de leitura e de escrita: www.google.com.br.




quarta-feira, 4 de março de 2015

Encontros, interações e discussões interessantes

No primeiro encontro, realizado no dia 03/03, tivemos o nosso primeiro contato e trabalhamos um pouco o conteúdo de concepções de língua e de linguagem. Não dá para partir direto para a escrita sem leitura. E também não dá para partir direto para a leitura sem uma reflexão do que é a leitura e a linguagem propriamente dita. Fizemos leituras de diversos textos de linguagens diferentes, a exemplo do quadro "A traição das imagens", do pintor René Magritte, do artigo jornalístico da Folha de S. Paulo sobre a questão da espionagem na internet, além de lermos, também, o vídeo de curta duração, intitulado "Signs", cujas discussões nos conduziram para um aprofundamento em torno da linguagem e da interação. Tudo isso trocando experiências e contribuições de acordo com cada ponto de vista, afinal de contas, todos somos leitores e carregamos uma bagagem de leituras da palavra e do mundo.
Nos próximos encontros iremos abordar mais a fundo as concepções de leitura e escrita, texto, frase etc.
Sigamos!



segunda-feira, 2 de março de 2015

Estação Juventude: espaço que provoca leituras!

Leitura. Muito mais do que incentivar, deve-se vivenciar. Mais do que se habituar, deve-se praticar constantemente e, de preferência, de uma forma nova a cada vez. Estamos mergulhados num mundo de linguagens, aliás, o mundo que conhecemos é feito de linguagem. Lemos placas de trânsito, nomes de lojas, letreiros de ônibus, valores que pagamos e que recebemos em dinheiro, mapas com que nos orientamos, listas telefônicas, agendas pessoais, obituários etc. Mas, também, lemos as pessoas, as suas vestimentas, os seus sorrisos e suas demais emoções, suas ações. Enfim, buscamos ler o mundo para nos sentirmos parte dele.

Toda essa reflexão inicial nos leva a entender que a leitura vai além do que é escrito ou do que é verbal, mas ultrapassa diversas barreiras e nos permite interagir com o mundo e com as suas diversas linguagens. Quando adentramos um espaço que possui uma estante de livros composta de revistas, livros de literatura, de religiões, técnicos e didáticos, mas que, também, possui cartazes de eventos e de atividades, artes de rua como grafites, alguns lambe-lambes pregados na parede com frases de pensadores famosos, computadores de uma lan house onde se tem acesso a internet, além de outras formas de linguagens, nos sentimos obrigados a interagir com esse ambiente e com o mundo ao qual ele se conecta e que, por consequência, nos conecta. No espaço do Estação Juventude, local da oficina, temos um espaço assim: multicolorido, multilinguístico, multicultural, porque assim são as pessoas no mundo contemporâneo, pois assim são os jovens de atualmente. Some-se a isso algumas atividades que esse espaço oferece, a exemplo de sessões de cinema comentado, saraus lítero-musicais, rodas de conversa, além de outros eventuais. Entrar nele e buscar fazer parte do que acontece é, também, uma forma de leitura, uma leitura que se exige várias formas de interação social, que parte de sujeitos instituídos ideológica e politicamente num mundo repleto de acontecimentos simultâneos e fugazes.
Vamos ler mais esse espaço que nos circunda?