domingo, 15 de março de 2015

4º Encontro: revisão de conceitos gramaticais básicos: oração, período, frase, parágrafo, texto

No último encontro, dia 12/03, começamos nossa tarde assistindo a um vídeo/depoimento de uma escritora nigeriana da contemporaneidade, Chimamanda Adichie, intitulado Os perigos de uma história única. Em seu depoimento, a escritora relembra como eram as histórias que lera na infância sobre o seu povo e o seu espaço, sobretudo das histórias de brancos ocidentais sobre os povos da África colonizada, que exibiam uma visão estreita e estereotipada de sua cultura. Essas histórias de seu povo e de seu país, que não eram escritas e contadas por seu povo, acabaram ganhando o mundo e pintando um imaginário estreito na mente das pessoas que desconheciam. A consequência é que o preconceito só aumentou e ajudou a alargar a disparidade entre o que se contava sobre si e o que realmente eram ou, pelo menos, como propriamente se viam.


Lembrando que a escrita é poder, podemos pensar, então, em como todas as historias ditas "oficiais" foram escritas e contadas sobre as culturas diversas no mundo inteiro em variados momentos da humanidade. Será que o que se contou e o que foi escrito é a verdade? Sabemos, desde a nossa primeira reflexão do primeiro encontro, que há uma distância enorme entre as palavras e as coisas e que a palavra é uma representação. Portanto, uma história que se conta e se escreve é um texto construído de acordo com uma visão de um sujeito e de um grupo em um momento específico. Não é a verdade absoluta. Pensemos na história oficial do nosso continente sul-americano. Quanto sangue indígena não foi derramado pelos portugueses que aqui chegaram? Disseram o que quiseram sobre os nativos, que inclusive não eram seres humanos. Assim como fizeram com os povos da África. Não adianta tentar escrever uma história dita autêntica e definitiva, porque sempre será um ponto de vista sobre alguma coisa, que daqui a pouco pode ser modificado, por isso, não há como ser definitiva.


Dando sequência ao nosso conteúdo, revisamos, brevemente, alguns conceitos gramaticais básicos, a exemplo da oração, do período, da frase, do parágrafo e do texto. Sabemos que o texto é constituído de partículas que ajudam a organizar as ideias e que essas partes menores possuem as suas regras básicas de funcionamento. Por isso, utilizamos a metáfora das bonecas russas, as Babushkas, para compreender que dentro de um texto há um componente que guarda um outro dentro de si com a sua devida peculiaridade.


Agora, para fixar de modo rápido, vejamos uma tentativa de definição de cada componente do texto:

TEXTO - Do latim "textum", que significa tecido ou tessitura. Construção de uma interação entre sujeitos por meio de signos verbais ou não.

PARÁGRAFO - Conjunto de ideias organizadas por períodos frásicos e unidos pelas orações.

FRASE - Enunciado linguístico com sentido claro e comunicativo, que não precisa, necessariamente, de verbo. Existem frases verbais e nominais.

PERÍODO - Enunciado linguístico constituído de uma ou mais orações (necessita de verbo). Podem-se encontrar períodos simples (com apenas uma oração) ou períodos compostos (com mais de uma oração).

ORAÇÃO - Enunciado linguístico formado pela presença de verbo.

É claro que nem sempre um texto irá se apresentar de forma bem estruturada e seguindo uma ordem como esta!

Por fim, tivemos o nosso primeiro exercício de produção textual para o trabalho de escrita/leitura/correção/reescrita, que foi a solicitação de um texto, em gênero artigo de opinião, sobre o caso envolvendo o atentado terrorista à Revista de humor francesa Charlie Hebdo.

Segue um link contendo um breve resumo acerca do gênero artigo de opinião e outro com uma reportagem sobre o caso Charlie Hebdo.

http://www.lendo.org/como-fazer-um-artigo-de-opiniao/


Galera, só lembrando que, assim como as histórias únicas, as notícias únicas também são perigosas, por isso, pesquisem e comparem sempre! Leitura crítica e reflexiva sobre os textos!!!


Nenhum comentário:

Postar um comentário