No último encontro, dia 10/03, começamos a tarde com artes plásticas e literatura. Primeiro, fizemos uma leitura visual da ilustração Picasso e Dalí pintando um ovo, que possibilitou discutir questões de perspectivas distintas sobre o mesmo objeto lido.
Em seguida, fizemos a leitura do conto, intitulado 'O conformista incorrigível: a
sociedade mentalmente sadia do grande Fromm', do escritor Rubem Fonseca,
publicado no seu livro Os prisioneiros. Foi, também, o nosso primeiro momento de exercitar a produção textual, apenas com anotações de partes que chamaram a atenção no texto de forma livre.
Após um momento de leitura individual e silenciosa, fizemos uma leitura dramatizada, distribuindo os papeis dos personagens para alguns oficinandos. Com relação à leitura oral e à interpretação de cada um, discutimos alguns elementos que podem prejudicar a compreensão do texto como a pressa para ler, que acaba fazendo ignorar pontuações e pronunciar palavras de forma equivocada. E, em consequência, pode prejudicar a compreensão dos sentidos do texto. Com relação ao conto mesmo, discutimos elementos centrais como a ironia do narrador e dos personagens com relação ao que pregavam e ao que acreditavam, sobretudo, acerca dos ideais de correção do conformismo, baseados na teoria de Erich Fromm e Norman Mailer. Além disso, propusemos a discussão dessas questões no contexto ao qual estamos inseridos atualmente. Ou seja, perguntas do tipo: "somos conformistas também?" Foi importante a visão de cada um sobre a leitura do conto, assim como, também, a relação com a experiência de vida de cada um para a discussão socializada. Cada um contribuiu com a produção de sentidos daquele texto.
Já sobre as concepções e tipos de gramática, observamos que existem diversas "ideias" com o nome de 'gramática' e discutimos algumas que podem nos auxiliar na produção de textos. Se estamos caminhando com a noção de linguagem, leitura e escrita como interação verbal, então, temos que deixar um pouco a 'gramática normativa' de lado, que muito exclui e pouco acrescenta, e buscar o auxílio da 'gramática reflexiva', aquela que sugere diversas questões antes, durante e após a produção textual, além de basear-se numa situação comunicativa concreta para tal.
Com isso, lembremos sempre das atividades 'linguísticas' e 'epilinguísticas', as quais sugerem que pratiquemos a escrita pensando no como escrever, para quem escrever, com que linguagem, em que gênero, com que finalidade, além de permitir que façamos revisões e correções constantes.
Sigamos em frente!
Referências:
ANTUNES,
M. I. C. M. Muito
além da gramática: por
um ensino de gramática sem pedra no caminho. São Paulo: Editora Parábola, 2007.
BAGNO,
M. Preconceito
linguístico: o
que é, como se faz. 49. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2007.
BAKHTIN,
M. Marxismo
e filosofia da linguagem:
problemas fundamentais do método sociológico da linguagem. In:
LAHUD, Michel et all (Trad.). 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2006.
GERALDI,
João Wanderley. Unidades básicas do ensino de
português. In:______.
O texto em sala de aula.
São Paulo: Ática, 1997. p. 59-79.
TRAVAGLIA,
L. C. Gramática
e interação:
uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 1998.
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